Snoopy

Quando Snoopy chegou em minha casa com uma irmã e um irmão, os 3 em uma caixa, decidi que quem saísse primeiro eu adotaria, e foi então que ele me escolheu. Barriguinha rosa, orelhinha caramelo, as mais lindas e macias, arteiro desde pequeno. Escolhia roupas que eu gostava a dedo pra pegar do varal, hoje entendo que ele sabia muito bem o que eu gostava, assim como eu hoje sei que ele amava pão francês que tantas vezes pegou de cima da mesa, bifinho, ossinho. De uns tempos pra cá Snoopy me chamava todas as noites para “jantar”, ir vê-lo comer, mas nos últimos tempos ele só comia eu dando pra ele sopa, creme enfim. Ele teve câncer, passou por algumas cirurgias de hemangiossarcoma, de fevereiro para cá entrou num quadro de muito sofrimento, de trocas de remédios, médicos, internamentos. Ver ele sofrer todos os dias me destruía, mas ao mesmo tempo eu tinha e queria ter fé de sua melhora. Eu sabia ler o Snoopy a ponto de saber o que ele queria nos últimos tempos, carregava no colo pra ir fazer suas necessidades, pois o ensinei tão bem que mesmo nas condições que ele estava, ele segurava pra ir no cantinho que o ensinei. Eu sentia que você partiria até agosto. Eu às vezes odeio a minha intuição. Pedi a Deus que ele não sofresse muito mais, pois via no seu olhar que a dor já era demais. Snoopy me deu o amor mais puro e doce, mesmo doente, ainda demonstrava alegria ao me ver, ao cuidar dele. Foram 12 anos de muita alegria, muito amor e que com certeza eu me tornei alguém melhor graças à sua breve passagem. Espero reencontrá-lo meu Snoopynho, onde você estiver, te amarei eternamente