Saara

Meu raio de sol se pôs.
Meu anjo feito por Deus especialmente pra mim. Meu coração fora do corpo, a parte que me faltava… A alma idêntica à minha.
Meu grande amor…
Não sei o que falar. Não sei por onde começar.
Naquele dia tomamos a decisão mais difícil que alguém pode tomar. Não porque desistimos, não porque me faltava esperança, mas porque nós dois prometemos que nunca mais nenhum mal aconteceria com você, nunca mais você sofreria. Nos faltou a coragem de arriscar você sofrer, só existe em nós amor o suficiente pra saber que jamais poderíamos manter você em sofrimento.
Ah, meu amor, como você faz falta…. Que gatinho especial você é. Quanto amor existia nessa sua alma que já havia passado por tanta batalha…
Dia 23 de janeiro de 2016 você chegou. Sua avó te trouxe, roubado, de um dos piores lugares do mundo. Nós tínhamos intenção de doar você, era só um resgate. Pois é, naquele dia você resgatou a minha alma.
É, filho, você chegou e eu soube: você era meu filho e eu, a sua mãe. Na hora, já avisei a moça que ficaria com vc “me desculpe, mas não posso deixar ele ir”. Eu reconheci: você era o pedaço que me faltava e eu nem sabia. Era o pedacinho de mim que andava por aí, longe do meu cuidado.
Você tinha 2 meses e meio e 300g. A expressão da miséria. Era pele, pêlos, ossos e coração… Ah, esse coração… Devia ser 290g desses 300. Que coração lindo, enorme e bom.
E a saga para te darmos um nome… Mas não podia haver nome melhor: Saara… Igual ao deserto… Como seu passado sedento, como sua pelagem laranjinha, como sua beleza única e sua alma esplêndida.
Depois de um tempo, descobrimos a Felv, a temida leucemia felina… E naquela época foi sugerido que não deveríamos ficar com você. Mas nós, eu e seu pai, sabíamos que jamais poderíamos deixar você ir pra qualquer outro lugar. “Não há lugar como nosso lar” e esse lar aqui era e sempre será o seu.
Você cresceu, e como cresceu. De 300g, chegou a 6,6kg. Virou um gatão lindo, gorducho… Virou adulto mas ainda assim, sempre foi o bebê da mamãe.
Sempre queria ficar no colo, sempre queria deixar seu cheiro em mim, sempre dormia afofando e mamando no meu pescoço… Meu Deus, e agora?
Ver você ficar doente foi desesperador. Em seus últimos dias, descobrimos um problema renal e, como disse o veterinário, o tempo estava correndo ao nosso encontro e não podíamos deixar esse encontro chegar. Mas, mesmo sem poder, mesmo sem deixar, chegou.
Nós juramos nunca mais deixar você sofrer e manter essa promessa foi a pior escolha que já fiz. Eu não estava pronta, você não estava pronto. Não era pra ser, não deveria ter sido. Mas nunca conseguiríamos cometer a quase violência de te manter sofrendo por medo de sofrermos.
Sua ausência é gritante. Seu vazio me dilacera. Sinto vontade de rasgar o peito com as mãos de tanto que essa saudade me aperta…
Te segurar nos braços pela última vez foi mortificante. Nosso último abraço, últimos beijos, últimos carinhos… Nosso último colo foi a real demonstração do enlouquecimento. Porque é enlouquecedor abrir mão de quem a gente ama por amarmos demais. E como a gente te ama demais, filho. Além do “normal”, além do comum… Além da vida.
Meu polaquinho, eu não sei viver sem você. Não sei andar pela casa e não te encontrar, não sei sair do chuveiro e não te ver de pé no vaso me pedindo colo… Eu só não sei. Mas o que eu sei é que não havia opção, permitir que você sentisse dor era impossível para nós.
Meu raio de sol, eu nunca quis que você fosse embora, mas eu sei que sua hora chegou. Então vai, meu filho, vai correr pelos Céus com seus irmãos, vai viver sem mais dor nem sofrimento, vai brincar sem nenhum medo, vai brilhar longe de mim. Mas me espera, porque um dia nós vamos ao seu encontro, e saiba que você sempre vai brilhar dentro do meu coração.
Nós continuaremos te amando por toda a eternidade.
Ass.: Mamãe, papai, Savannah e Luna

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